segunda-feira, 18 de maio de 2009

Desconcertuna na Queima das Fitas: felizes pela conquista, tristes pelas tunas...



Quinta feira de Queima.. Os dias de festa académica já começam a ser longos... Há um cheiro a alegria, cansaço e melancolia no ar... É a noite da Faculdade de Psicologia e de Ciências de Educação... Finalistas despedem-se da sua última noite, fitados sentem o fim a chegar, os caloiros deslumbram-se com as novidades daquela semana imprevísivel e intensa...


No palco 2, surge um grupo (para os estudantes), uma família (para quem faz parte deles)... A Desconcertuna que, com um ano e qualquer coisa de vida, entrou na Queima das Fitas, na festa dos estudantes e brilhou com muita felicidade e melancolia, muito calor humano e emoção.


Para quem viu, gostou. Deram-nos os parabéns, mesmo dias depois... Para quem esteve em cima do palco foi algo indescritível. Primeiro para os finalistas que receberam várias surpresas... Uma caricatura, que contava as suas estórias na tuna; muitos abraços, muitos sorrisos e lágrimas de emoção e carinho.... e para finalizar, uma música secretamente construída pelos restantes tunos/amigos que foi oferecida aos finalistas nessa noite, envolvendo-os num momento de saudosismo, entre felicidade e tristeza... Antagonismos de quem está preste a culminar um curso e 5 anos de vida em coimbra...
Essa miscelânia de emoções resulta principalmente do que se construiu nste grupo: bonito, puro, qu nada tem a ver com políticas, com burocracias, com regras e hierarquias, nada tem a ver com praxes, apenas com amizade, empatia, luta, e união entre todos nós... e por Coimbra e o que ela nos dá e deu...


Antes do espectáculo terminar, chamamos a Phartuna ao palco. A Phartuna este ano não teve a possibilidade de subir ao palco 1 e actuar, porque, segundo os "líderes" da tradição e das festas académicas "não há espaço, nem tempo para as tunas actuarem". Este ano só podia actuar uma tuna por noite. A Phartuna por isso mesmo não pode actuar.

Por isso pedimos que subissem ao palco, numa forma de fazê-los sentir que estiveram lá connosco, que tiverem direito ao palco da sua Queima das Fitas, como é de direito de qualquer tuna. Esta amizade entre as duas Tunas nasceu nos Açores e cresce a cada tempo que passa, na cidade pela qual nos apaixonamos.

O Zuna, que tem sido o nosso companheiro e fotógrafo nos concertos, também subiu para nos fazer companhia. O espaço do palco era pouco, tão curto quanto o tempo de actuação, nas não foi por isso que algumas vez nos esquecemos da K & Batuna, que também foi sempre nossa companheira e sempre nos acompanhou e apoiou, inclusivé estiveram presentes nesta noite.

De referir que os primeiros saltos de pandeireta foram ensinados pela K & Batuna, e mais uma vez não estão esquecidos=) K & Batuna, que merecia poder também cantar Coimbra nas Queima das Fitas, pois fazem um óptimo trabalho e são grandes companheiros de espírito académico!


Esta noite e os últimos acontecimentos relativos ao modo como as tunas têm sido (des)respeitadas no âmbito das festividades da Queima das Fitas, obrigam-me a fazer um comentário, abandonando o estatuto de tunante por uns leves instantes. Como estudante de Coimbra  há 5 anos, finalista e como elemento integrante de vários organismos da associação académica pergunto-me...

Será a nossa festa académica, de facto uma festa académica? Será a Queima das Fitas ou o Festival das Fitas????

As bandas são mais importantes que os grupos académicos. Diz- se que é o que os estudantes querem ver... As bandas.. Obvio que os estudantes querem concertos e boas bandas, música diversa e de qualidade. No entanto, será que perguntaram aos estudantes se não querem ver a tuna das suas faculdades, aos finalistas se não se querem despedir de Coimbra  também com música académica?

Sendo uma festa académica, não se deveiria dar prioridade aos variadissimos organismos da AAC, aos grupos académicos? A cada ano que passa o tempo cedido é cada vez mais escasso...Pergunto-me o que será a Queima das Fitas daqui a alguns anos e o que será da academia, cada vez mais fraca e com menos aderência a nível cultural e interventivo...

Existem preconceitos em relação às tunas académicas que são necessários desmistificar , porque o que se vê num grupo, numa ou outra tuna, tertúlia ou até noutro grupo académico, não significa que se assemelham aos comportamentos das variadas tunas que agora se espalham por Coimbra. A isso, dá-se o nome de estereótipos, criados por pessoas limitadas e que por elitismos e por interesses próprios, dão falsos testemunhos...

Existe trabalho, dedicação e profissionalismo, para além dos jantares e das festas que sim, acontecem, como em qualquer outro grupo de aigos, qualquer estudante. Os próprios "líderes" das festas da Tradição Académica (com maior poder de que qualquer comissário que dedica o seu ano de fitado à sua Queima das Fitas e a de todos os estudantes) menosprezam os grupos que lhes representam.

Podemos dar o exemplo da Tuna Feminina de Medicina que ficou a porta do recinto da Queima das Fitas, às dez e meia da noite quando foi convidada a actuar, já numa altura inapropriada e mesmo assim de porta fechada para elas.
Deveria ser uma festa para os estudantes e dos estudantes.. As tunas, sejam elas mistas, femininas, masculinas, deveriam ter não a oportunidade, mas o direito a subir ao palco e representar a sua faculdade e a sua universidade. O nosso desejo é que as tunas se unam, que os elitismos deixem de existir porque nós tunos, queremos todos o mesmo: cantar coimbra. Não interessa a competição mas sim a diversão e a tradição. Entre muitas tunas isso reflecte-se e cada vez mais cresce a amizade entre todas nós.. Esperemos que isso aconteça cada vez mais e que sejamos cada vez mais fortes para que os preconceitos se eliminem e que o respeito e a consideração e direito de cantar Coimbra prevaleçam sobre tudo isso...


Força Tunas! Um abraço da Desconcertuna e um grande xi da banetxi =)

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